Como se tratavam os dentes antes de surgirem os dentistas?
Admin
Alguns de nossos
antepassados apelavam para métodos bem esquisitos. Caçar uma rã em noite de lua
cheia e cuspir dentro da boca do bicho, pedindo que levasse a dor embora, foi
uma das sugestões encontradas num manuscrito do século I. Mas havia opções
menos nojentas, como compressas quentes, lavagens bucais e aplicações de vapor.
Já se encontraram evidências, também, de que, por volta de 2700 a.C., os chineses
usavam acupuntura para tratar das dores causadas pelas cáries. No antigo Egito,
como demonstra o papiro Ebers, que reúne material originário de 3700 a.C., conheciam-se
receitas de ungüentos que podiam ser aplicados para aliviar a dor de dente. Na
China do século II usava-se o arsênio, elemento químico que até hoje é
empregado em compostos medicinais. Essa substância provavelmente matava o miolo
do dente.
E foram os chineses
que, por volta do ano 600, desenvolveram as ligas metálicas usadas em obturações. Técnica
de tratamento, também existiram entre os antigos americanos. Uma arcada
dentária de 1 000 anos, encontrada no sudoeste dos Estados Unidos, mostra um
dente cuidadosamente perfurado, como que numa tentativa de retirar a parte
danificada. No século XII, surgiram os cirurgiões-barbeiros. Na Europa dessa
época, a medicina era praticada sobretudo nos monastérios. "Os barbeiros
iam cortar o cabelo dos monges e acabavam aprendendo as técnicas
cirúrgicas", diz o dentista Elias Rosenthal, do Instituto Museu e
Biblioteca de Odontologia. Foram esses profissionais, peritos em extrações, que
se transformaram nos dentistas que conhecemos hoje.